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La Niña agrava a estiagem no Sul e intensifica as tempestades na metade Norte do país

Atualizado: 6 de jan. de 2022

Assim como novembro, em dezembro a distribuição da precipitação sobre o Brasil foi bem caracterizada pelos efeitos do fenômeno La Niña, que normalmente favorecem a intensificação dos sistemas meteorológicos sobre as áreas mais ao norte do País e aumenta o risco para estiagem sobre as áreas mais ao Sul.


Desvio da Precipitação do mês de Dezembro de 2021. Fonte:CPTEC

Por causa da La Niña os sistemas meteorológicos, como as frentes frias, passaram de forma muito rápida e costeira pelas áreas ao sul do País. Por isso houve déficit de chuvas sobre a região Sul, SP, grande parte de MS e áreas do sul e Triângulo Mineiro, como mostram as áreas em laranja do mapa da anomalia de precipitação do CPTEC. Situação bem diferente é observada na metade norte do País, onde os volumes foram expressivos e acima da média em diversos Estados ao longo de dezembro, como mostram as áreas em azul do mesmo mapa. Em partes da Bahia, um dos Estados mais afetados pelos temporais e que registrou muitos prejuízos e chuvas históricas em dezembro, os volumes ultrapassaram os 500mm em diversas localidades.

O gráfico a seguir, extraído do Portal Zeus Agrotech, mostra as chuvas registradas em uma estação Zeus no oeste Baiano, onde os episódios foram frequentes e com volumes diários elevados. O acumulado do mês na estação foi de 570mm, o que representa três vezes o que é normal chover na região em dezembro.


Gráfico extraído do Portal Zeus Agrotech, com a distribuição diária da precipitação em uma das estações localizada no oeste da BA

A PREVISÃO PARA OS PRÓXIMOS DIAS INDICA RISCO DE INVERNADA EM PARTES DO SUDESTE E DO CENTRO-OESTE

As previsões da Zeus indicam que entre a primeira e a segunda semana de Janeiro as chuvas devem se intensificar sobre as regiões Sudeste e Centro-Oeste, devido a passagem de uma nova frente fria pelo litoral do Brasil.

Acumulado de chuva previsto pela Zeus de 06 a 10 de janeiro de 2022

Mais uma vez, esse sistema vai passar rapidamente pelo Sul do país, por isso a expectativa é de pouca chuva na região. No RS o tempo seco e muito quente deve predominar durante esta primeira quinzena de janeiro, o que deve agravar cada vez mais a situação da estiagem no Estado.


A partir do dia 6 de janeiro a frente fria avança em direção ao litoral do Sudeste organizando a umidade da Amazônia e intensificando instabilidades sobre o interior do País. Com isso, as chuvas devem ser mais mais intensas entre as regiões Sudeste e Centro-Oeste.


Os volumes mais expressivos e persistentes de chuva devem atingir as áreas litorâneas do sudeste, o interior de MG, GO, o leste de MT e o sul do TO, como mostram as áreas em azul mais escuro e rosa do mapa da Zeus com a previsão dos dias 05 a 09 de janeiro. Em áreas produtoras especialmente entre MG e GO poderemos ter um período de invernada até o início da próxima semana(10 de janeiro). Além do impacto nas atividades do campo é alto o risco para transtornos como deslizamento de encosta e erosão das lavouras por causa do excesso de chuva.


No gráfico a seguir, extraído do Portal Zeus Agrotech, onde as barras azuis indicam volume de chuva, a previsão para os próximos 10 dias indica chuvas persistentes e volumosas sobre a área central de MG. Até o dia 11 de janeiro são esperadas os maiores volumes, que podem chegar próximos a 200mm; neste período as temperaturas devem ficar mais baixas, o que é um indicativo do tempo fechado e chuvoso. Depois do dia 12, as condições para chuvas fortes diminuem, ainda poderão ocorrer episódios de chuva, mas na forma de pancadas isoladas e o tempo ficará mais abafado.


Previsão de curto prazo (10 dias) da Zeus para a área central de MG

Ainda nesta próxima semana são esperadas chuvas abrangentes e com volumes moderados entre o oeste da BA, PI, MA, TO, PA, AP, AM e RO. Nas demais áreas das regiões Norte e Nordeste, as chuvas serão isoladas e com baixos acumulados.

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