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ANÁLISE ZEUS - JULHO 2022

Atualizado: 3 de ago. de 2022

REGISTROS DE PRECIPITAÇÃO E TEMPERATURAS DO MÊS DE JUNHO DE 2022

Fig 1. Climatologia da precipitação para o mês de junho.

Julho é um mês de inverno muito seco sobre o interior do País (figura 1). As chuvas se concentram no extremo norte, devido a ZCIT (Zona de convergência intertropical), que se encontra mais ao norte e na região Nordeste, onde chuvas mais intensas atingem a faixa leste, devido ao fenômeno ondas de leste e possíveis frentes frias que podem alcançar o sul dessa região. No Sul do Brasil, a passagem de sistemas frontais garante volumes moderados de chuvas. O frio costuma ser mais constante em áreas do interior do centro sul do País




PRECIPITAÇÃO E ANOMALIA REGISTRADA EM JUNHO DE 2022


Junho foi marcado por chuvas bastante escassas em grande parte do interior do Brasil, como podemos observar nas regiões em tons de vermelho e branco da figura 2 (a), que representa a precipitação acumulada até 30/06. Nas regiões em vermelho da figura 2 (a), os volumes registrados não ultrapassaram 50mm ao longo do mês, enquanto nas áreas em branco não houve registro de precipitação em junho. Neste mês as chuvas mais persistentes ocorreram sobre áreas da Região Sul e sul de MS devido a avanços frequentes de frentes frias sobre o sul do Brasil. Chuvas frequentes também na faixa norte da Região Norte e mais uma vez no leste Nordestino devido ao fenômeno conhecido como ondas de leste, como é observado nas regiões entre o amarelo e o verde, que representam volumes acima dos 200mm. Nestas regiões a chuva registrada em junho contribuiu com desvios positivos de precipitação, como pode ser observado nas áreas em tons de azul da figura 2(b). Sobre áreas ao norte de MS e MT as chuvas registradas em junho também contribuíram para que o desvio ficasse positivo, lembrando que nestas regiões já costuma chover bem pouco nesse mês, então apenas um episódio de chuva já foi suficiente para ultrapassar a média.

Fig. 2. (a) Precipitação acumulada do mês de junho de 2022; (b) Anomalia da precipitação acumulada em junho de 2022. Fonte: CPTEC

DESVIO DAS TEMPERATURAS REGISTRADAS EM JUNHO DE 2022


Junho foi marcado por chuvas bastante escassas em grande parte do interior do Brasil, como podemos observar nas regiões em tons de vermelho e branco da figura 2 (a), que representa a precipitação acumulada até 30/06. Nas regiões em vermelho da figura 2 (a), os volumes registrados não ultrapassaram 50mm ao longo do mês, enquanto nas áreas em branco não houve registro de precipitação em junho. Neste mês as chuvas mais persistentes ocorreram sobre áreas da Região Sul e sul de MS devido a avanços frequentes de frentes frias sobre o sul do Brasil. Chuvas frequentes também na faixa norte da Região Norte e mais uma vez no leste Nordestino devido ao fenômeno conhecido como ondas de leste, como é observado nas regiões entre o amarelo e o verde, que representam volumes acima dos 200mm. Nestas regiões a chuva registrada em junho contribuiu com desvios positivos de precipitação, como pode ser observado nas áreas em tons de azul da figura 2(b). Sobre áreas ao norte de MS e MT as chuvas registradas em junho também contribuíram para que o desvio ficasse positivo, lembrando que nestas regiões já costuma chover bem pouco nesse mês, então apenas um episódio de chuva já foi suficiente para ultrapassar a média.


Fig. 3. (a) Anomalia da temperatura mínima do mês de maio de 2022 e (b) anomalia da temperatura máxima do mês de maio de 2022. Fonte: CPTEC


PREVISÃO DO TEMPO DE 06 A 19 DE JULHO DE 2022

A PRIMEIRA QUINZENA DE JULHO MARCADA POR TEMPO MUITO SECO NO INTERIOR DO BRASIL E SEM EXPECTATIVA PARA NOVOS EPISÓDIOS DE FRIO INTENSO NO CENTRO SUL


No primeiro período, figura 4 (a), temos a presença de áreas de instabilidades sobre o RS, que vão proporcionar chuvas expressivas em alguns pontos do interior Gaúcho. No entanto as instabilidades não avançam pelo interior do Brasil e por isso o tempo seco vai continuar predominando, como é observado em todas as áreas em verde da figura 4(a). As chuvas mais expressivas continuam sobre as áreas ao norte dos estados como AM, AP, PA, MA, PI e CE. Chove forte também neste período na faixa leste nordestina. Já sobre o interior nordestino o tempo seco ganha força na área em que aparece o fundo verde do mapa.

No período de 11 a 15, figura 4 (b) o tempo seco continua se intensificando em grande parte do interior do Brasil, como mostram as áreas com fundo verde. Sobre áreas ao sul da Região Sul, um novo sistema avança sobre a Argentina e Uruguai, e até consegue provocar pancadas de chuva com forte intensidade sobre o interior do Rio Grande do Sul e partes de SC e extremo sul do Paraná, no entanto o as instabilidades não avançam para o restante da Região Sul. As instabilidades diminuem também sobre o leste Nordestino e nas áreas ao norte do País e neste período os maiores volumes se concentram no extremo norte do País.

Já no período de 16 a 19 as instabilidades se afastam do País, e o tempo seco segue se intensificando em todo o interior do Brasil, inclusive sobre áreas da Região Sul. Nesse período os maiores volumes de água continuarão concentrados sobre o extremo norte da região Norte e na faixa leste Nordestina as fortes instabilidades também diminuem, como mostram as áreas em azul do mapa. Nas áreas mais ao sul destas regiões o tempo seco começa a ganhar força.

Fig. 4. Previsão da precipitação acumulada: (a) entre 06 e 10, (b) entre 11 e 15 (c) entre 16 e 19 de julho.

TEMPERATURA MÍNIMA


Quanto as temperaturas mínimas, o destaque é a continuidade de temperaturas mais baixas e de sensação de frio ao longo das próximas semanas em grande parte do Centro sul do País. No período de 06 a 10 de julho, figura 5 (a), as temperaturas abaixo de 12°C ficam concentradas principalmente entre a Região Sudeste, parte do Centro oeste e na Região Sul, mas em algumas áreas as temperaturas mínimas podem ficar abaixo dos 10°C, como mostram as regiões em tons de azul escuro. As temperaturas diminuem até mesmo em algumas áreas da BA neste período.

No período de 11 a 15 de julho, figura 5 (b), o frio deve ganhar força sobre Centro Sul, especialmente entre a Região Sul e partes mais ao sul do Sudeste e Centro oeste, como mostram as áreas em tons de azul mais esbranquiçado no mapa, que representam temperaturas mínimas próximas a de 5°C, devido a entrada de uma massa de ar polar. Em áreas como MG, GO, MT e BA, as temperaturas também devem cair e ficam em torno dos 12°C, como mostram as áreas em tons de verde mais escuro do mapa, mas por enquanto para este período o risco para frio intenso é baixo. Nas demais áreas do norte do país, em tons de verde claro, o tempo deve ficar com temperaturas mais baixas, caracterizando um fenômeno conhecido como friagem.

O final da primeira quinzena de julho ainda será marcado por temperaturas baixas em boa parte do centro sul do País, devido ao avanço de uma massa de ar polar, que deve provocar um declínio das temperaturas sobre a região Sul. No entanto o frio não deve ser tão intenso e abrangente. As menores temperaturas ficam concentradas sobre a região sul e até há risco para geadas nestas áreas mais esbranquiçadas. Nesse período, o frio deve aumentar também sobre o interior do Sudeste e do Centro-Oeste, nas áreas em tons de verde escuro do mapa, mas novamente não há indicativo para frio intenso.

Fig. 5. Previsão da temperatura mínima: (a) entre 06 e 10, (b) entre 11 e 15 e (c) entre 16 e 19 de julho.

TEMPERATURA MÁXIMA


Quanto as temperaturas máximas, ao longo dos próximos períodos o que mais chama atenção é a intensificação do calor sobre a região central e norte do país, consequência da condição de tempo bastante seco, que deve se intensificar nos próximos dias. Especialmente entre o interior Nordestino, áreas ao sul da Região Norte e do Centro-Oeste, as áreas em laranja, que indicam temperaturas máximas mais elevadas nos mapas, se intensificam e se expandem cada vez mais, ao longo dos três primeiros períodos, conforme podemos observar nas figuras 6(a) 6(b) e 6(c), que representam a previsão de temperatura máxima até o dia 19 de julho, dividida em períodos de 5 dias. Entre a Região Sul e partes da Região Sudeste as temperaturas seguem um pouco mais baixas, como mostram as áreas em verde, no entanto conforme se avança nos períodos as temperaturas também se elevam gradualmente. As temperaturas máximas também não se elevam tanto na faixa norte do país e no leste Nordestino, devido a previsão para chuvas frequentes nestas áreas.


Fig. 6. Previsão da temperatura máxima: (a) entre 06 e 10, (b) entre 11 e 15 e (c) entre 16 e 19 de julho.


DESENVOLVIMENTO DA SAFRA DE TRIGO NO BRASIL

Fig. 7. Trigo - imagem: Envato

O Departamento de Economia Rural do Paraná (Deral) publicou recentemente sobre a semeadura do trigo que atingiu 88% de área plantada, pois boa parte dos municípios da região norte do estado concluíram o plantio do trigo, além disso o fato de haver chuvas bem distribuídas auxiliando na resistência a geadas, na região oeste do estado auxiliou no avanço do plantio da cultura Com isso, levando em consideração todas as regiões do estado, neste momento as lavouras de trigo estão com 88% de toda a área plantada. Além do mais ,83% desse número apresentam desenvolvimento vegetativo, 10% estão na fase de germinação e 7% na floração. Portanto, na avaliação dos técnicos do Deral, 97% das lavouras estão em boas condições e 3% estão com qualidade média. Já a área tritícola paranaense deve recuar 4% em relação à safra passada, de 1 milhão e 22 mil hectares para 1 milhão e 17 mil hectares. No estado de Santa Catarina segundo a Conab em razão da alta umidade no solo, até o momento observaram pequeno avanço da semeadura na última semana. Já no Rio Grande do Sul a semeadura avança no estado apresentando 35% das áreas já plantadas. Portanto as lavouras já implantadas se encontram em fase de germinação e desenvolvimento vegetativo. As regiões do Norte, Noroeste e Alto Uruguai estão com a semeadura mais adiantada, porém, em algumas regiões as operações foram suspensas por causa da alta umidade no solo.



DESENVOLVIMENTO DA SAFRA DE MILHO


Segundo Previsão Subjetiva de Safra (PSS) a produção de milho nessa segunda safra deve ficar em torno de 15,4 milhões de toneladas. É uma redução de 700 mil toneladas em relação à projeção inicial de 16,1 milhões de toneladas. Mas será 170% superior ao colhido na safra anterior, muito afetada pelas condições climáticas adversas, e que ficou em 5,7 milhões de toneladas. No PR as lavouras apresentam bom desenvolvimento em cerca de 79% das áreas. 21% estão entre regulares (16%) e ruins (5%), inicialmente, afetadas pela falta de chuvas e baixa disponibilidade de água no solo, e, também, pelas geadas do dia 20/05 e da última semana, que atingiram de forma fraca a moderada, algumas regiões de baixadas. Foram relatados ataques de cigarrinha, enfezamento, pulgões e viroses. A colheita ainda é bem incipiente. O desenvolvimento fenológico da cultura foi afetado pelo clima mais frio e pela nebulosidade nessas semanas, assim como, pontualmente, pelas chuvas mais intensas em algumas regiões que tem o ciclo mais avançado, portanto Paraná mantém estimativa de safra recorde, mesmo com queda no milho, a projeção agora é que serão produzidos pouco mais de 36,2 milhões de toneladas contra 36,8 milhões de toneladas previstas em maio. Ainda assim, se trata de uma safra recorde, a área de plantio é de quase 10,9 milhões de hectares. Na região Extremo-Oeste da BA, as lavouras apresentaram redução de produtividade devido ao estresse hídrico. Na região Nordeste do TO, houve o registro do ataque de cigarrinha nas lavouras. No PI, as lavouras estão em boas condições em sua maioria, as chuvas ocorridas em algumas áreas do cerrado em meados do mês de maio foram determinantes para a melhoria dos níveis de produtividades em lavouras que ainda se encontravam em enchimento de grãos. No MA, lavouras em enchimento de grãos e maturação, a colheita foi iniciada no Sul do estado. Em MG quase metade das lavouras enfrentam restrição hídrica na fase de enchimento de grãos.

Fig. 8. Milho - imagem: Envato



ESTIMATIVAS DE PRODUÇÃO DE ALGODÃO AUMENTA NO ESTADO DO MATO GROSSO



O Imea (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária) aumentou a estimativa de produção de algodão em pluma em Mato Grosso na safra 2021/22 de 2.018 milhões para 2.023 milhões de toneladas. A elevação foi motivada pelo aumento na área prevista. A área do algodão foi estimada em

75 milhão de hectares. Até maio, o Imea projetava 1.117 milhão de hectares. Com isso, devido as preocupações climáticas principalmente pela estiagem que iniciou no mês de abril e se estendeu até o mês de maio e os impactos causados devido as geadas que atingiram algumas lavouras da região, refletiram em uma queda de 4,25% na estimativa do rendimento da fibra em relação ao relatório passado, para 278,55/arroba. Além do mais, mesmo com a redução na produtividade da safra, o cenário de aumento na estimativa de área refletiu em acréscimo de 0,76% na produção da pluma quando comparada com a última estimativa e 22,58% em relação à safra passada.



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Referências SEMEADURA DE TRIGO ATINGE 88% NO PARANÁ; COLHEITA DE CAFÉ ESTÁ EM 40%. Disponível em https://www.canalrural.com.br/noticias/agricultura/semeadura-de-trigo-atinge-88-no-parana-colheita-de-cafe-esta-em-40/ . Acesso em < 04 Jun. 2022 às 14h:26min> BOLETIM DE MONITORAMENTO AGRÍCOLA. Disponível em. https://www.conab.gov.br/info-agro/safras/graos . Acesso em < 04 Jun 2022 às 14h:- 52min>

PARANÁ MANTÉM ESTIMATIVA DE SAFRA RECORDE MESMO COM QUEDA NO MILHO. Disponível em: Milho - tudo o que você precisa saber sobre o cereal (canalrural.com.br). Acesso em <04 Jun 2022 às 15h:05min>.

IMEA ELEVA ESTIMATIVA DE PRODUÇÃO DE ALGODÃO EM MATO GROSSO PARA 2023 MILHÕES DE TONELADAS. Disponível em: https://www.sna. agr.br/imea-eleva-estimativa-de-producao-de-algodao-em-mato-grosso-para-2-023-milhoes-de-toneladas/ . Acesso em <04 Jun 2022 às 16h:57min>


Imagens: Envato


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