Análise Oceânica e Previsão Climática para o próximo trimestre - Janeiro/23
Atualizado: 6 de fev.

As águas superficiais da faixa central do Oceano Pacífico permanecem mais frias do que o normal, como mostram as áreas em azul na Figura 1, que representa a anomalia média da Temperatura da Superfície do Mar (TSM) entre o período de 11 de dezembro de 2022 a 7 de janeiro de 2023.
LA NIÑA DEVE PERDER FORÇA NO DECORRER DO VERÃO E CHANCES PARA NEUTRALIDADE CLIMÁTICA AUMENTAM

A última atualização (12/01) dos centros norte americanos CPC e IRI ainda indica condições para La Niña pelo menos no decorrer do trimestre dezembro-janeiro-fevereiro. De acordo com a Figura 2, a probabilidade para o fenômeno ao longo deste trimestre é acima de 90%, enquanto para os trimestres seguintes as condições para La Niña diminuem, indicando que o fenômeno deve perder força já no trimestre janeiro-fevereiro-março, podendo já entrar em uma fase de neutralidade climática a partir do trimestre fevereiro-março-abril de 2023. Outra coisa que também chama atenção em um cenário mais distante, é o aumento da possibilidade para condições de El Niño, principalmente no decorrer do segundo semestre de 2023, indicadas pelas barras em vermelho da figura 2. Porém a previsão em um cenário tão longe, pode acarretar mudanças ao longo dos próximos meses, e por isso estamos acompanhando as mudanças de perto e qualquer nova alteração, vamos trazendo em nossos próximos boletins.
A seguir vocês acompanham a previsão climática da Zeus Agrotech.
PREVISÃO CLIMÁTICA DA ZEUS AGROTECH
A seguir são apresentados os mapas da média de precipitação (ou climatologia) e a previsão de clima da Zeus para os próximos meses, na forma de desvio da precipitação em relação ao que é esperado para cada mês. Mais detalhes em relação aos valores das médias e dos desvios estão disponíveis na sua plataforma Zeus.
PREVISÃO DE CLIMA DA ZEUS AGROTECH - TENDÊNCIA DA PRECIPITAÇÃO PARA OS PRÓXIMOS 3 MESES
FEVEREIRO/23
Para fevereiro de 2023, embora o fenômeno LA Niña já esteja em declínio e com altas chances de instalação de Neutralidade Climática, a atmosfera ainda reflete seus impactos, principalmente sobre a Região Sul, onde o mês de fevereiro deve mais uma vez contar com chuvas abaixo da normalidade, como é indicado pelas áreas em amarelo da figura 5. As chuvas também devem ocorrer com maior irregularidade e ficar abaixo da média para a faixa leste Nordestina, onde já costuma chover pouco nesta época. Já para grande parte das áreas produtoras do interior do Brasil, como é indicado nas áreas em verde, o mês de fevereiro deve contar com chuvas dentro da normalidade. Isso significa que devemos ter chuvas expressivas e regulares ao longo do mês, contribuindo para volumes dentro da média. E vale ressaltar que nestas áreas os volumes esperados em fevereiro costumam ainda ser bastante elevados, então volumes dentro da média podem indicar chuvas frequentes.


MARÇO/23
Diferente de fevereiro, em março de 2023, devemos observar um retorno gradual nas instabilidades para a Região Sul, conforme observamos nas áreas em verde da figura 7. Chuvas dentro da média também são esperadas para grande parte do Brasil Central, além de áreas do interior do MATOPIBA. Há expectativa para que março seja mais chuvoso que o normal principalmente em alguns pontos entre RO, MT, sul do GO, além de áreas do interior do Pará, como é indicado nas áreas em azul da figura 7. Porém há indicativo de maior irregularidade da chuva para alguns pontos entre MG e o ES ao longo do mês, lembrando que nestas regiões as chuvas já começam a diminuir gradativamente neste mês.


ABRIL/23
Em abril deste ano, nossas previsões indicam uma redução normal das chuvas e volumes dentro da média para o mês sobre parte do interior do País, como mostram as áreas em verde da figura 9. As instabilidades devem continuar mais intensas e pode chover acima da média em pontos entre o norte do TO, MA e parte do PA, como é mostrado nas áreas em azul. Em contrapartida, em diversos pontos do centro sul do Brasil, nossas previsões indicam chuvas mais irregulares e que tendem a ficar abaixo da média, indicados pelas áreas em amarelo. Especialmente para áreas de MS, norte do Paraná, SP, GO, MG e sul de MT devemos esperar ainda menos chuva do que o normal.


TENDÊNCIA DE TEMPERATURA PARA OS PRÓXIMOS 3 MESES
Os mapas a seguir apresentam a maior temperatura máxima que podemos esperar ao longo dos próximos três meses.
TEMPERATURA MINIMA
Para fevereiro, com o indicativo de chuvas dentro da normalidade, as temperaturas não devem oscilar tanto e as manhãs devem contar com temperaturas na casa dos 12-14°C, como vemos nas áreas em tons de azul e verde mais escuro da figura 10. As manhãs possuem temperaturas ligeiramente mais elevadas sobre áreas mais ao norte do Brasil, onde é comum o tempo permanecer mais abafado nesta época do ano.
Para março, com a chegada do outono as temperaturas começam a oscilar batente e as madrugadas já começam a contar, gradualmente, com temperaturas mais baixas, conforme observamos nas áreas entre verde e azul escuro da figura 11. Por enquanto não há indicativo para frio intenso no mês de março.
A partir de abril, figura 12, com o outono já instalado, teremos uma oscilação maior das temperaturas no centro-sul do Brasil. As ondas de frio começam a avançar e provocam declínios mais significativos das temperaturas mínimas, principalmente a partir da segunda quinzena do mês. O risco para frio intenso em abril é baixo, mas podem ocorrer alguns dias com madrugadas mais frias especialmente na região Sul e em parte do Sudeste, como mostram as áreas em tons de azul da figura 12 As temperaturas diminuem um pouco também em parte do Centro-Oeste, como mostram as áreas em verde mais escuro.

TEMPERATURA MÁXIMA
Para fevereiro de 2023, quando nossas previsões indicam chuvas dentro da normalidade para grande parte do interior do Brasil, as temperaturas tendem a ficar mais amenas em algumas áreas, entre Sudeste, Centro oeste e pontos da Região Sul, como mostram as manchas em verde da figura 13. Porém as temperaturas devem ficar bem elevadas nas regiões entre o amarelo e o laranja da figura, principalmente para o RS, áreas de MS e no Matopiba, dando indicativo de maior alternância entre dias de chuva e tempo aberto.
Março, mês da chegada do outono, costuma ter uma oscilação maior de temperaturas sobre as áreas mais ao sul do país e as previsões indicam que o calor deve diminuir sobre boa parte das áreas do centro sul neste mês, como pode se observar pela intensificação das áreas em verde na figura 14 em relação ao mês anterior. As temperaturas devem continuar mais amenas também entre o interior de MG e parte de GO, onde tem previsão para um mês com chuvas dentro da normalidade. Neste mês, as temperaturas mais altas previstas se concentram sobre áreas da Região Sul e interior do Nordeste.
Em Abril, com a maior influência do ar de origem polar sobre o Sul do Brasil, as temperaturas tendem a ficar mais baixas sobre essa região. As temperaturas também diminuem em parte do Sudeste, como mostram as áreas em verde da figura 15. O calor diminui um pouco sobre a faixa leste e em partes do interior do Nordeste, mas ainda deve continuar mais intenso entre áreas do interior da Região Norte, do Centro-Oeste e em partes do Sudeste.

SOJA: Colheita da safra 2022/23 deve começar a ganhar ritmo em janeiro, porém, lavouras do PR são impactadas diante das condições em dezembro no estado
As lavouras de soja no Paraná seguem em sua maioria apresentando boas condições, mas a avaliação da safra piorou em dezembro, segundo o Departamento de Economia Rural (Deral), especialmente na região oeste do Estado.
Segundo o órgão, 80% das áreas estão em boas condições, versus 90% nessa situação no levantamento de 19 de dezembro.
É apontado ainda que 16% das áreas estão em condições medianas (ante 9% em dezembro) e 4% estão ruins, contra apenas 1% no levantamento anterior.
Ainda existe expectativa de boa produção, no entanto, as altas temperaturas na segunda quinzena de dezembro, especialmente na região oeste paranaense podem impactar a produtividade.
Ainda não foi registrado pelo departamento informes sobre a colheita da safra atual no Paraná, o que deve ser apresentado ao longo do mês. Nas últimas 5 safras, a média de área colhida em janeiro não ultrapassa 5%, ficando concentrada entre a segunda quinzena de fevereiro e o mês de março.
No Mato Grosso os produtores começam a se movimentar para o início da colheita que deve ganhar ritmo a partir da segunda quinzena de janeiro, o estado que dá a largada nos trabalhos pelo país após um plantio realizado um pouco mais tarde do que no ciclo anterior em algumas regiões.
O presidente da associação de produtores Aprosoja Brasil, Antônio Galvan, disse que os trabalhos são realizados ainda em poucas áreas, de forma isolada.
A associação mato-grossense do setor Aprosoja-MT informa que os agricultores que estão em fase de colheita são de regiões com irrigação por pivô. Em geral, há o plantio de algodão segunda safra na sequência.
Algumas colheitas foram realizadas em dezembro, antes mesmo do Natal, informou o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), à Reuters. Entre as fazendas que tinham iniciado os trabalhos estão as do grupo Amaggi, do ex-ministro da Agricultura Blairo Maggi.
Mas em meio a chuvas tradicionais no Estado nesta época e um plantio mais tardio em parte das áreas, o total colhido ainda segue pouco representativo. Na região leste de Mato Grosso, casos mais extremos de atraso nas chuvas durante o plantio da soja podem postergar a colheita para fevereiro.
Em seu levantamento no último dia 12 de janeiro a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) reduziu sua projeção para a safra de soja do país a 152,7 milhões de toneladas, ante 153,5 milhões na previsão de dezembro, citando “má distribuição de chuvas” principalmente no Rio Grande do Sul.
Cana-de-açúcar: Atualizações da safra 2022/23 em relação a segunda quinzena de dezembro

O terceiro levantamento da safra 2022/23 de cana-de-açúcar, divulgado em 27 de dezembro pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), traz uma estimativa de produção de 598,3 milhões de toneladas, um crescimento de 4,4% sobre o segundo levantamento da safra sucroenergética, anunciado em agosto de 2022.
Segundo a Conab, o acréscimo foi motivado por ajustes na área colhida e produtividade obtida, principalmente no estado de São Paulo, maior produtor de cana-de-açúcar do Brasil. Além disso, a área de colheita também foi ajustada em cerca de 2,2% em relação aos dados apurados anteriormente, alcançando 8,3 milhões de hectares.
Segundo a companhia esta safra foi marcada por índices pluviométricos e temperaturas abaixo do normal, registradas na região Centro-Sul, que representa cerca de 90,2% da produção total do país. Ainda assim, a produtividade nacional foi estimada em 72,03 t/ha, 3,9% superior à obtida na temporada 2021/22, quando o clima foi ainda mais adverso para o setor.
A moagem de cana-de-açúcar na segunda quinzena de dezembro na região Centro-Sul totalizou 2,63 milhões de toneladas, frente ao processamento modesto de 8,5 mil toneladas no mesmo período do ano anterior segundo dados da Unica.
Quanto a finalização da safra atual, 33 unidades produtoras encerraram a moagem de cana-de-açúcar do atual ciclo. No início da primeira quinzena de janeiro, 16 unidades produtoras estavam em operação no Centro-Sul, sendo seis unidades com processamento de cana-de-açúcar e dez empresas que fabricam etanol a partir do milho. A produção de açúcar na segunda metade de dezembro totalizou 165 mil toneladas.
Em relação a produção de etanol, 322,24 milhões de litros de etanol foram fabricados pelas unidades do Centro-Sul. Do volume total produzido, o etanol hidratado alcançou 177,11 milhões de litros, enquanto a produção de etanol anidro totalizou 145,13 milhões de litros.
No acumulado da safra, a moagem atingiu 541,57 milhões de toneladas até o final de 2022, ante 522,62 milhões de toneladas registradas no mesmo período de 2021 – um avanço de 3,63%.
Informações preliminares do Centro de Tecnologia Canavieira indicam que, no acumulado até dezembro, foram colhidas 73,4 toneladas por hectare na safra 2022/23, o que representa um aumento de 8,22% no rendimento agrícola da lavoura na comparação com o mesmo período na safra 2021/22 (67,8 toneladas por hectare).
A qualidade da matéria-prima colhida acumulada desde o início da safra até o final de dezembro, mensurada em quilos de ATR por tonelada de cana-de-açúcar processada, apresentou redução de 1,26% na comparação com o mesmo período do último ciclo agrícola, atingindo 141,18 kg de ATR por tonelada nesta safra.
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ZEUS AGROTECH DE DEZEMBRO/22
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