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ANÁLISE ZEUS - FEVEREIRO 2023

Atualizado: 6 de fev.

REGISTROS DE PRECIPITAÇÃO E TEMPERATURAS DO MÊS DE JANEIRO DE 2023

Fig. 1 Climatologia da precipitação para o mês de janeiro.

Janeiro é o mês mais chuvoso do ano em muitas áreas do Brasil, onde os maiores volumes normalmente são registrados em uma faixa que abrange desde a Região Norte, passando por partes da Fronteira Agrícola do Matopiba, pelo Centro-oeste e no Sudeste (áreas em azul da Figura 1), sendo um mês mais favorável para ocorrer episódios de ZCAS (Zona de Convergência do Atlântico Sul). Em RR e na área que vai do leste da BA até o norte do CE (áreas mais avermelhadas do mapa), os volumes de chuva ainda costumam ser muito baixos, já no Centro-Sul do país as chuvas são moderadas no PR e no MS, enquanto na metade sul do RS os volumes são menores.


ANOMALIA DE PRECIPITAÇÃO REGISTRADA EM JANEIRO DE 2023


Janeiro foi mais um mês que teve seu regime de chuvas influenciado pelos efeitos do fenômeno La Niña, embora com menor intensidade e tendendo à neutralidade nos próximos meses, ainda assim promoveu bastante irregularidade na distribuição das chuvas pelo Brasil (Figuras 2A e 2B).

Na Região Sul os volumes ficaram abaixo da média de modo geral, característica da La Niña, principalmente no oeste do RS e pelo norte do PR, com até 200 mm a menos. No Sudeste os acumulados variaram bastante, com áreas recebendo pouca chuva, como em boa parte de SP e no norte de MG, resultando em até 200 mm abaixo do normal, enquanto alguns pontos em MG totalizaram mais de 300 mm além do esperado para o mês. No Centro-Oeste o cenário não foi diferente, áreas com 200 mm a menos de chuva nos três estados, com destaque para o oeste do MT, e acumulados que ultrapassaram os 300 mm acima do normal em diversos pontos, principalmente no norte do MS e na parte central do MT. Já no Nordeste houve o predomínio de tempo mais seco, sobretudo na porção central do MA e em grande parte da BA, com até 200 mm abaixo da climatologia. Por fim, no Norte do país foi onde algumas áreas registraram as maiores anomalias negativas de chuva, totalizando até 300 mm abaixo da média, especialmente no leste do PA, mas por outro lado, no norte de RR, sul do PA e entre os estados de TO e MA, os acumulados ultrapassaram os 300 mm acima da média.


Fig. 2 (a) Precipitação total acumulada em janeiro de 2023. (b) Anomalia da precipitação acumulada em janeiro de 2023. Fonte: CPTEC.

TEMPERATURAS REGISTRADAS EM JANEIRO DE 2023


Assim como houve distribuição irregular das chuvas durante o mês, as temperaturas também apresentaram um comportamento parecido, o que está relacionado, de certa forma, com a persistência ou ausência de nebulosidade. No mapa de anomalia de temperatura mínima (Figura 3A) os tons em azul indicam as áreas em que as temperaturas ficaram abaixo do normal, onde entre SP e MS e entre MA e o PA, os termômetros estiveram mais do que 4°C mais frios nas manhãs. De modo contrário, os termômetros marcaram temperaturas até 5°C mais elevadas durante as manhãs no oeste do AM, e de até 4°C entre MG e ES, entre PE e PA e no oeste do MS.


Nas temperaturas máximas as anomalias positivas foram mais elevadas no RS e no oeste do MS, com até 5°C mais quente, sendo que o estado gaúcho teve grande parte de seu território com anomalia positiva de até 4°C, resultado de menor formação de nebulosidade e de chuvas, aspecto que contribuiu para perdas nas lavouras do estado. Por outro lado, muitas áreas entre SC e a Região Norte ficaram com temperaturas mais baixas do que o normal durante as tardes, o que está diretamente associado com as chuvas acima da média nessas áreas, com destaque para a região entre os estados do PA e do MA com temperaturas mais frias em mais de 4°C.


Fig. 3 (a) Anomalia da temperatura mínima do mês de janeiro de 2023 e (b) anomalia da temperatura mínima do mês de janeiro de 2023. Fonte: CPTEC.



NÍVEIS DE UMIDADE NO SOLO

Fig. 4 Disponibilidade de água no solo. Fonte: Agritempo.

Na virada do mês de janeiro para fevereiro alguns produtores já dão início a colheita da safra de grãos e realizam o plantio da segunda safra de outras culturas em algumas regiões do Brasil. Essa etapa, assim como outras atividades de campo, tem melhor resultado quando feita sob as condições de tempo ideal, como em condições de solo não encharcado. A Figura 4 representa a disponibilidade de água no solo para o período entre 28 de janeiro e 01 de fevereiro, a qual aponta três regiões com diferentes condições de umidade no ambiente. Na metade oeste do RS os níveis estão baixos, o que tem impactado o desenvolvimento das lavouras da região, aspecto similar ao da Região Nordeste, mais precisamente entre o norte da BA e o RN, fruto de pouca chuva e de temperaturas mais elevadas. De modo contrário, partes das Regiões Norte, Centro-Oeste e Sudeste, estão com disponibilidade de água elevada, em alguns casos, atingindo níveis de saturação, o que dificulta ou até mesmo pode impossibilitar o trabalho com maquinários no campo.


PREVISÃO DO TEMPO DE 04 A 17 DE FEVEREIRO DE 2023

PRIMEIRA QUINZENA DE DEZEMBRO COM CHUVAS EXPRESSIVAS EM IMPORTANTES REGIÕES PRODUTORAS.


Fevereiro ainda costuma ser bastante chuvoso sobre o interior do Brasil. Para a primeira quinzena, chuvas expressivas devem continuar atingindo áreas produtoras entre o Sudeste e Centro-oeste, principalmente.


No primeiro período, entre 04 e 08 de fevereiro, observamos a intensificação das chuvas sobre áreas entre o norte do PR, SP, Triangulo Mineiro, MS e GO, devido ao estabelecimento de um corredor de umidade associada a um novo episódio de Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS). Ainda no período, as chuvas se intensificam sobre áreas da Região Norte, especialmente entre RO e PA e no norte de MT, como é indicado pelas áreas em tons de azul mais escuro. As instabilidades se afastam da Região Sul, dando espaço novamente ao tempo mais seco. Condição parecida é observada neste período sobre áreas do Matopiba, especialmente no oeste da BA. Já para as demais localidades entre TO, PI e MA, as condições para chuvas seguem favoráveis.


Para o segundo período de 09 a 13, o tempo seco ainda é destaque para a Região Sul, especialmente até dia 11/02, e retorno de novas instabilidades a partir do dia 13/02. No Matopiba a chuva continua mais irregular entre o oeste baiano e o PI, já entre TO, MA e PA, os acumulados no período são bem elevados. Para áreas entre o norte de SP, RJ, MG, norte de MS e GO, as instabilidades se intensificam neste período devido a presença da ZCAS, como é indicado pelas áreas em tons de azul mais escuro, porém em pontos do sul de SP e MS, as instabilidades diminuem e os acumulados devem ser menores.


No terceiro período, de 14 a 17 de fevereiro, o avanço de novas áreas de instabilidades pelo sul do País favorece o retorno de chuvas expressivas entre os estados da Região Sul. Estas instabilidades mais uma vez contribuem com aumento na nebulosidade e de chuvas significativas para áreas entre SP, MG e GO, como é mostrado nas áreas em tons de azul mais escuro. De forma geral, as instabilidades se espalham para grande parte do interior do Brasil, porém entre o MT, partes de MS, GO e norte de MG, esta chuva pode vir mais isolada, preferencialmente mais a tarde. No período a chuva começa a retornar sobre pontos do oeste da BA, mas por enquanto de maneira ainda irregular.



Fig. 5. Previsão da precipitação acumulada: entre 04 e 08, (b) entre 09 e 13 (c) entre 14 e 17 de fevereiro.

TEMPERATURAS MÍNIMAS LIGEIRAMENTE MAIS BAIXAS NOS PRÓXIMOS 15 DIAS

Um dos destaques da primeira quinzena do mês de fevereiro ficará por conta das temperaturas mínimas que deverão sofrer uma ligeira queda. Não há expectativa para episódio de frio anômalo, porém as madrugadas devem contar com temperaturas em torno dos 10-15°C em grande parte do Centro-Sul, conforme é observado pelas áreas em tons de verde nas figuras a seguir, as quais representam as temperaturas mínimas no período de 04 a 17 de fevereiro, divididas por períodos. No entanto, as manhãs ainda devem contar com temperaturas mais elevadas, próximas a 20°C, especialmente em áreas do Centro-Oeste e Região Norte.


Fig. 6. Previsão da temperatura mínima: (a) entre 04 e 08, (b) entre 09 e 13 (c) entre 14 e 17 de fevereiro.

Diferente de janeiro, o mês de fevereiro vem se mostrando mais favorável a temperaturas mais elevadas, e isso observamos através das figuras de temperatura máxima. Embora as previsões indiquem condições para chuvas persistentes entre as Regiões Sudeste e Centro-Oeste, as temperaturas devem conseguir se elevar gradativamente ao longo dos dias. No período de 04 a 08 de fevereiro, as maiores temperaturas são esperadas para o RS, interior nordestino e MS, com máximas que podem atingir valores em torno dos 40°C. Para as áreas entre SP, MG, GO, MT e partes do Matopiba, principalmente, as tardes devem contar com temperaturas ligeiramente mais baixas, em torno dos 30°C, mesmo assim, as condições favorecem a sensação de calor e abafamento. No decorrer dos períodos de 09 a 13 e 14 a 17 de fevereiro, as temperaturas aumentam ligeiramente, especialmente sobre o Centro-Oeste, Matopiba e em pontos da Região Sudeste, já para o RS e interior nordestino, as temperaturas continuam bastante elevadas e há expectativa para forte calor, como é indicado pelas áreas em tons de laranja.


Fig. 7. Previsão da temperatura máxima: (a) entre 04 e 08, (b) entre 09 e 13 (c) entre 14 e 17 de fevereiro.




EQUIPE ZEUS

meteorologistas:

BRUNA PERON | bruna.peron@zeusagro.com

LANZOERQUES JÚNIOR | lanzoerques.silva@zeusagro.com


analista de relacionamento agronômico:

ANDRESSA GREGÓRIO | andressa.gregorio@zeusagro.com

LAURA ALVES BARBOSA | laura.barbosa@zeusagro.com

RAQUEL ANDRADE | raquelandrade@zeusagro.com


engenheiro agrônomo:

CARLOS SILVA NETO | carlos.neto@zeusagro.com


especialista de CS

MARCIA MEDEIROS | marcia.medeiros@zeusagro.com


designer gráfico:

FELIPE ARAUJO | felipe.araujo@zeusagro.com


revisão de conteúdo:

JULIANA CRISTINA DE OLIVEIRA | juliana.oliveira@zeusagro.com


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