Agora é oficial: La Niña retornou
Atualizado: 27 de out. de 2021

No decorrer do último mês as condições de La Niña se tornaram mais evidentes, conforme indicado pelas temperaturas da superfície do mar abaixo da média (TSM) ao longo do Pacífico central equatorial, figura 1. As temperaturas subterrâneas abaixo da média, aumentaram significativamente no mês passado, pois anomalias negativas foram observadas em profundidade na maior parte do Oceano Pacífico central, conforme vemos na animação abaixo. No geral, o sistema acoplado oceano-atmosfera foi consistente com as condições de um fenômeno La Niña.

A figura 2 mostra a previsão consenso para os próximos trimestres sobrepostos em forma de gráfico. As barras em azul indicam que a probabilidade de ocorrência de La Niña é maior do que a neutralidade climática, indicada pelas barras cinzas, até pelo menos o trimestre Fevereiro – Março - Abril do próximo ano. As projeções indicam a neutralidade retornaria no início do outono de 2022.

A figura 3 mostra a previsão (linha verde) para os próximos meses realizada pelo centro Australiano de meteorologia, e podemos observar que o pico do fenômeno deve ser em meados de novembro-dezembro 2021.

A previsão consenso indica que a La Niña tem aproximadamente 87% de chance de persistir durante todo o verão aqui no Hemisfério Sul, e que este fenomeno tende a ser de moderada intensidade, com valores médios do índice Niño-3,4 podendo chegar a -1,0°C.
Agora com a confirmação de instalação de um novo episódio de La Niña, as previsões indicam que para novembro as chuvas vão ser mais persistentes em boa parte do centro e norte do País. Enquanto que sobre areas da Região sul, onde normalmente a La Niña já impacta na redução das chuvas, novembro deverá contar com chuvas mais irregulares e abaixo da média. De um forma geral a estação chuvosa será mais significativa entre o centro e norte do Brasil, onde a chuva também é favorecida durante episódios de La Niña.